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Municípios do Vale do Rio Pardo unem esforços no combate ao novo coronavírus


O Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (Cisvale) e a Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp) realizam esforços conjuntos para conter o avanço da pandemia do novo coronavírus na região. Uma reunião nesta sexta-feira, 20, em Santa Cruz do Sul, reuniu prefeitos e representantes dos municípios associados das entidades. O encontro ocorreu para atualizar as principais informações sobre o combate ao vírus, e debater o decreto de situação de calamidade pública do governo estadual e suas adequações aos municípios do Vale do Rio Pardo.

O presidente da Amvarp, Rafael Barros, mostrou-se preocupado com a situação do avanço do novo coronavírus. O líder do Executivo do município de Rio Pardo ressaltou que a situação é de calamidade pública, e anunciou que na cidade que administra, a partir de segunda-feira, dia 23 de março, apenas os serviços essenciais serão mantidos para evitar a aglomeração de pessoas.

A situação deverá ser a mesma em diversas cidades. O presidente do Cisvale e prefeito de Pantano Grande, Cassio Nunes Soares, ressaltou que os municípios do Vale do Rio Pardo irão unificar suas medidas. “Orientamos que todos os municípios decretem a situação de calamidade pública, aprovem na sua Câmara de Vereadores e encaminhem para o Estado do Rio Grande do Sul reconhecer junto à Assembleia Legislativa”.

Apesar de não haver nenhum caso confirmado de infecção por coronavírus na região, a indicação do Cisvale/Amvarp é de que todos os municípios associados realizem o fechamento de seu comércio a partir de segunda-feira, 23 de março, com exceção dos serviços essenciais como farmácias, supermercados, postos de combustíveis e etc.

O prefeito Cassio ainda destacou que a prioridade no momento é proteger o cidadão e a saúde das pessoas, mas a questão econômica, e os impactos negativos que a epidemia do coronavírus deverá causar são extremamente preocupantes. “Uma vez fechados os estabelecimentos comerciais, nós vamos ter uma diminuição na atividade econômica. E isso preocupa os municípios e os gestores, não apenas em virtude da arrecadação, mas os municípios estão solidários aos empresários que estão produzindo, gerando empregos e pagando impostos, para que eles não sejam tão prejudicados”.

A coordenadora da 13a Coordenadoria Regional de Saúde, Marluci Reis, disse que a recomendação do órgão também é pelo fechamento do comércio e redução da circulação de pessoas. Segundo ela, o Vale do Rio Pardo trabalha com um plano de contingência que determina que a população deva permanecer em casa para diminuir o avanço do contágio pelo coronavírus. Caso o contrário, a estrutura hospitalar regional pode ser abalada. Marluci citou o exemplo de Santa Cruz do Sul, que iniciou previamente os cuidados contra a expansão do vírus. Mesmo sendo um dos mais estruturados da região, o município poderá ter dificuldades caso o número de infectados seja grande.

O médico infectologista Marcelo Carneiro disse que o risco de contágio entre pessoas na região já é real, sendo necessárias restrições na conduta das pessoas no momento. “Ficar na rua neste momento aumenta o risco de contágio, e consequentemente, o número de pessoas doentes, aumentando também os doentes graves. O isolamento de pessoas diminui o risco de propagação rápida do vírus, e teremos pessoas doentes em um nível menor, o que gera segurança para o atendimento dessas pessoas. O serviço de saúde estará preparado para um atendimento de baixa contingência”. O médico alertou ainda que o serviço de saúde corre risco em caso de um grande número de infecções graves, e o sucesso da estratégia de isolamento das pessoas é fundamental para garantir que não ocorram no Vale do Rio Pardo casos semelhantes aos que ocorreram fora do Brasil, onde a falta de cuidados levou à superlotação do sistema de saúde em várias cidades da Europa. “Essa conduta de cuidar mais de si e dos outros, ela é necessária neste momento, e a gente não sabe ainda por quanto tempo”, finalizou o profissional de saúde.

Atendimento muda no Centro Regional de Especialidades Médicas

Para seguir atendendo os pacientes no Centro Regional de Especialidades Médicas (CREM), o Cisvale reorganizou o recebimento da população em suas instalações. As salas de espera são diferenciadas para crianças e idosos, para evitar a concentração de pessoas mais suscetíveis a contrair o novo coronavírus. O pedido é que, se possível, os pacientes não tragam acompanhantes ao CREM, e cheguem no horário agendado.


Segundo a diretora executiva do Cisvale, Lea Vargas, nas especialidades como cardiologia, pneumologia, pneumologia pediátrica e neurologia, o atendimento será mantido segundo orientações da Secretaria Estadual da Saúde. As consultas nas demais áreas estão suspensas, com exceção de casos excepcionais e graves.




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